sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

EMBRIAGAI-VOS

"É NECESSÁRIO estar sempre bêbedo. Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar
Mas - de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor. Contando que vos embriagueis.
E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder:
- É a hora da embriaguez! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor."

BAUDELAIRE, Charles.

Final sem fim......

Engraçado entrar aqui depois de mais de um ano, reler todos os posts, e ver como mudei. Não mudei de gosto. Todos os poemas e músicas que aqui postei ainda moram no meu coração. Mas o jeito de expressão é diferente. O jeito de sentir as coisas....
Engraçado também reler o texto do último post e ver como um fim também se encontra presente. Não lembro o contexto do último. O de agora é forte. Penso que talvez eles sempre estejam presentes. Estamos o tempo todo terminando coisas e, de uma certa forma, criando também.
.
.
.
.
Que bom!!!!