segunda-feira, 19 de outubro de 2009

UM FIM

Hoje minha tristeza é ruim.
Não é construtiva nem criativa,
muito menos contemplativa.

É um aperto no peito como um abraço.
Porém, não é assim.
Não tem carinho ou compasso,
É... um fim.


terça-feira, 18 de agosto de 2009

É Proibido Sofrer

Arnaldo Jabor,
publicado em O GLOBO, na terça-Feira, 22 de Julho de 2008

"O Brasil está se defrontando com o absurdo de sua estrutura institucional. Esta explosão galáctica da crise entre polícia, política, judiciário, empresariado, estado e capital revela o tumor do absurdo nacional. Olho em volta e tenho de comentar o incompreensível, o indestrutível, o inexplicável, o inevitável, o incurável, o impossível. É desanimador. Deprimo, porque vivemos no Brasil uma dupla mensagem: tragédia nas notícias e gargalhadas nas revistas de celebridades. Dentro da paisagem tenebrosa, somos obrigados a ser felizes.
Hoje em dia é proibido sofrer. Temos de ''funcionar'', temos de rir, de gozar, de ser belos, magros, chiques, tesudos, em suma, temos de ter ''qualidade total'', como os produtos. Para isso, há o Prozac, o Viagra, os ''uppers'', os ''downers'', senão nos encostam como mercadorias depreciadas.
No entanto, a depressão tem grande importância para a sabedoria; sem algum desencanto com a vida, sem um ceticismo crítico, ninguém chega a uma reflexão decente. O bobo alegre não filosofa, pois, mesmo para louvar a alegria, é preciso incluir o gosto da tragédia. No pós-guerra, tivemos o existencialismo, o suicídio da literatura com gênios como Beckett e Camus ou o teatro do absurdo, o homem entre o sim e o não, entre a vida e o nada.
A infelicidade de hoje é dissimulada na alegria obrigatória. ''A depressão não é comercial'', lamentou um costureiro gay à beira do suicídio, mas que tinha de sorrir sempre, para não perder a freguesia.
O bode pós-moderno vem da insatisfação de estar aquém de uma felicidade prometida pela propaganda e pelo mercado. É impossível ser feliz como nos anúncios de margarina, é impossível ser sexy como nos comerciais de cerveja. Ninguém quer ser ''sujeito'', com limites, angústias; homens e mulheres querem ser mercadorias sedutoras, como BMWs, Ninjas Kawasaki. E aí, toma choque, toma pílula, toma tarja preta. Só nos resta essa felicidade vagabunda fetichizada em êxtases volúveis, famas de 15 minutos, ''fast fucks'', raves sem rumo.
O mercado nos satisfaz com rapidez sinistra: a voracidade, o tesão, o amor. E pensamos: ''E se não houvesse mais desejo? Eu posso escolher o filme ou música que quiser, mas, nessa aparente liberdade, ''quem'' me pergunta o que eu quero? A interatividade é uma falsificação da liberdade, pois ignora meu direito de nada querer. Eu não quero nada. Não quero comprar nada, não quero saber nada, quero ficar deprimido em paz.''
Estava neste ponto do artigo, quando Ananda Rubinstein, cientista política, me enviou um texto chamado Elogio da Melancolia, de Eric G. Wilson, da Universidade de Wake Forest. Veio a calhar. Com destreza acadêmica, ele aprofunda meus conceitos. Ele escreve:
''Estamos aniquilando a melancolia. Inventaram a ciência da felicidade. Livros de auto-ajuda, pílulas da alegria, tudo cria um ''admirável mundo novo'' sem bodes, felicidade sem penas. Isto é perigoso, pois anula uma parte essencial da vida: a tristeza.''
Ele continua:
''Não sou contra a alegria em geral, claro... Nem romantizo a depressão clínica, que exige tratamento. Mas, sinto que somos inebriados pela moda americana de felicidade. Podemos crer que estamos levando ótimas vidas simpáticas e livres, quando nos comportamos artificialmente como robôs, caindo no conto dos desgastados comportamentos ''felizes'', nas convenções do contentamento. Enganados, perdemos o espantoso mistério do cosmo, sua treva luminosa, sua terrível beleza. O sonho americano de felicidade pode ser um pesadelo. O poeta John Keats morreu tuberculoso, em meio a brutais tragédias, mas nunca denunciou a vida. Transformou sua desgraça em uma fonte vital de beleza. As coisas são belas, porque morrem - ele clamava. A rosa de porcelana não é tão bela como aquela que desmaia e fenece.
A melancolia, a consciência do tempo finito é o lugar de onde se contempla a beleza. Há uma conexão entre tristeza, beleza e morte. Só o melancólico cria a arte e pode celebrar a experiência do transitório resplendor da vida. A melancolia, longe de ser uma doença, é quase um convite milagroso para transcender o ''status quo'' banal e imaginar inéditas possibilidades de existência. Sem a melancolia, a Terra congelaria num estado fixo, previsível como metal. Deste modo, o mundo se torna desinteressante e morre. Todo mundo ficaria contente com o que lhe é dado (que, aliás, é o sonho do Mercado - a satisfação completa do freguês). Mas quando a gente permite que a melancolia floresça no coração, o universo, antes inanimado, ganha vida, subitamente. Regras finitas dissolvem-se diante de infinitas possibilidades. A felicidade torna-se pouco - passamos a querer algo mais: a alegria (''joy''). Mas, por que não aceitamos isso e continuamos a desejar o inferno da satisfação total, a felicidade plena?
A reposta é simples: por medo. A maioria se esconde atrás de sorrisos tensos porque tem medo de encarar a complexidade do mundo, seu mistério impreciso, suas terríveis belezas. Para fugir desta contemplação atemorizante, nos perdemos em distrações vãs e em um bom humor programado. Somos de uma natureza incompleta, somos de vagas potencialidades, e isso faz da vida uma luta constante em face do desconhecido. Usamos uma máscara falsa, sorridente, um disfarce para nos proteger do abismo. Mas, esse abismo é também nossa salvação. Ser contra a felicidade é abraçar o êxtase. A aceitação do incompleto é um chamado à vida. A fragmentação é liberdade.'' É isso aí.
A felicidade tem um pouco de tristeza."

sábado, 8 de agosto de 2009

Musica Viciante do Momento













Nosso Plano (Chuva de Cem) - Lula Queiroga


Sobre nós a chuva louca
Só de cédulas de cem
O carro aberto na avenida
Chuva de papel, parece sonho

Parecia um dia a mais na vida
Só eu e ela e nosso plano
Dinamite, fita crepe, durepox
Explode o carro forte
A gente deu sorte, baby
Só tinha cédula de cem

Sobre nós a nuvem louca
Chuva de cédulas, libélulas ao vento
Ela só me abraça e pensa
Vamos brindar este momento.
Vamos ter filé, guisado, surubim,
Do bom e do melhor prá beber e prá fumar
Um casal de fato de fino trato
Vamos ter um filho mulato.
E um chalé a beira mato

Sobre nós a noite preta cai
Sirenes giram e gritam na fuga
Eu disse a ela : aperte os olhos, nega
Aperta o cinto porque o mundo vai virar
Pneu cantou a mais de cem
Pneu cantou a mais de cem

E os olhos dela não abriram mais

Se eu não sei viver sem ela junto
Então, meu plano morreu
Luz que dói na vista
As luzes gritam
Vermelhas, azuis
Sobre nós somente a chuva
Sobre nós nem deus.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Poema do Dia

XLIII

"Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.

A recordação é uma traição à Natureza,
Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!"














- PESSOA, Fernando.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

As histórias em nossas vidas

"CAMPBELL: (...) Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados com a literatura do espírito. Estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas do momento. Antigamente, o campus de uma universidade era uma espécie de área hermeticamente fechada, onde as notícias do dia não se chocavam com a atenção que você dedicava à vida interior, nem com a magnífica herança humana que recebemos de nossa grande tradição - Platão, Confúcio, o Buda, Goethe e outros, que falam dos valores eternos, que têm a ver com o centro de nossas vidas. Quando um dia você ficar velho e, tendo as necessidades imediatas todas atendidas, então se voltar para a vida interior, se você não souber onde está ou o que é esse centro, você vai sofrer.

As literaturas grega e latina e a Bíblia costumavam fazer parte da educação de toda gente. Tendo sido suprimidas, toda uma tradição de informação mitológica do Ocidente se perdeu. Muitas histórias se conservavam, de hábito, na mente das pessoas. Quando a história está em sua mente, você percebe sua relevância para com aquilo que esteja acontecendo em sua vida. Isso dá perspectiva ao que lhe está acontecendo. Com a perda disso, perdemos efetivamente algo, porque não possuímos nada semelhante para pôr no lugar. Esses bocados de informação, provenientes dos tempos antigos, que têm a ver com os temas que sempre deram sustentação à vida humana, que construíram civilizações e enformaram religiões através dos séculos, tem a ver com profundos problemas anteriores, com os profundos mistérios, com os profundos limiares de travessia, e se você não souber o que dizem os sinais ao longo do caminho, terá de produzi-los por sua conta. Mas assim que for apanhado pelo assunto, haverá um tal senso de informação, de uma ou outra dessas tradições, de uma espécie tão profunda, tão rica e vivificadora, que você não quererá abrir mão dele.

MOYERS: Quer dizer que contamos histórias para tentar entrar em acordo com o mundo, para harmonizar nossas vidas com a realidade?"

CAMPBELL, Joseph. O Poder do Mito. com Bill Moyers.


livro mais lindo q existe!! (esteticamente) - contextualmente ainda não terminei... mas até agora recomendo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O ciúme

"Com o tempo aprendi que o ciúme é um sentimento para proclamar de peito aberto, no instante mesmo de sua origem. Porque ao nascer, ele é realmente um sentimento cortês, deve ser algo oferecido à mulher como uma rosa. Se não, no instante seguinte ele se fecha em repolho, e dentro dele todo o mal fermenta. O ciúme é então a espécie mais introvertida das invejas, e mordendo-se todo, põe nos outros a culpa de sua feiura. Sabendo-se desprezível apresenta-se com nomes supostos..."

BUARQUE, Chico. Leite Derramado.
(adorei essa descrição.... hehe)


"De acordo com a psicóloga Ayala Pines, ciúme é "a reação complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade." Provoca o temor da perda e envolve sempre três ou mais pessoas, a pessoa que sente ciúmes - sujeito ativo do ciúme -, a pessoa de quem se sente ciúmes - sujeito passivo do ciúme - e a terceira ou terceiras pessoas que são o motivo dos ciúmes - pivô do ciúme.

Segundo a psicóloga Mariagrazia Marini, esse sentimento apresenta caráter instintivo e natural, sendo também marcado pelo medo, real ou irreal, de se perder o amor da pessoa amada. O ciúme está relacionado com a falta de confiança no outro e/ou em si próprio e, quando é exagerado, pode tornar-se patológico e transformar-se em uma obsessão.

A explicação psicológica do ciúme pode ser uma persistência de mecanismos psicológicos infantis, como o apego aos pais que aparece por volta do primeiro ano de vida ou como consequência do Complexo de Édipo não resolvido; entre os quatro e seis anos de idade, a criança se identifica com o progenitor do mesmo sexo e simultaneamente tem ciúmes dele pela atracção que ele exerce sobre o outro membro do casal; já na idade adulta, essas frustrações podem reaparecer sob a forma de uma possessividade em relação ao parceiro, ou mesmo uma paranóia.

Nesse tipo de paranóia, a pessoa está convencida, sem motivo justo ou evidente, da infidelidade do parceiro e passa a procurar “evidências” da traição. Nas formas mais exacerbadas, o ciumento passa a exigir do outro coisas que limitam a liberdade deste.

Algumas teorias consideram que os casos mais graves podem ser curados através da psicoterapia que passa por um reforço da auto-estima e da valorização da auto-imagem. Porém várias teorias criticam a visão psicanalítica tradicional (exemplo:esquizoanálise).

Outros casos mais leves podem ser tratados através da ajuda do parceiro, estabelecendo-se um diálogo franco e aberto de encontro, com a reflexão sobre o que sentem um pelo outro e sobre tudo o que possa levar a uma melhoria da relação, para que esse aspecto não se torne limitador e perturbador."

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%BAme

sábado, 11 de julho de 2009

Sonho Colorido de um Pintor - Tom Zé

"Sonhei que pintei minhas noites de amarelo
lindas estrelas no meu céu eu coloquei
o feio que era feio ficou belo
até o vento do meu mundo, perfumei.
Numa apoteose de poesia
num conjunto de harmonia
uma lua roxa para iluminar
as águas cor-de-rosa do meu mar.

Meu sol eu pintei de verde
que serve pra enxugar lágrimas
se um dia precisar.
A dor e a tristeza
fiz virar felicidade
aproveitei a tinta
que pintei sinceridade.

Pintei de azul o presente
de branco pintei o futuro
o meu mundo só tem primavera
o amor eu pintei cinza escuro.

Pra lá eu levei a bondade
dourada é sua cor
aboli a falsidade
o meu povo é incolor.

Na entrada do meu mundo
tem um letreiro de luz
meu mundo não é uma esfera
tem o formato de cruz."

Poema do Dia

Uma Arte

"A arte de perder não tarda aprender;
tantas coisas parecem feitas com o molde
da perda que o perdê-las não traz desastre.

Perca algo a cada dia. Aceita o susto
de perder chaves, e a hora passada embalde.
A arte de perder não tarda aprender.

Pratica perder mais rápido mil coisas mais:
lugares, nomes, onde pensaste de férias
ir. Nenhuma perda trará desastre.

Perdi o relógio de minha mãe. A última,
ou a penúltima, de minhas casas queridas
foi-se. Não tarda aprender, a arte de perder.

Perdi duas cidades, eram deliciosas. E,
pior, alguns reinos que tive, dois rios, um
continente. Sinto sua falta, nenhum desastre.

- Mesmo perder-te a ti (a voz que ria, um ente
amado), mentir não posso. É evidente:
a arte de perder muito não tarda aprender,
embora a perda - escreva tudo! - lembre desastre."

- Elizabeth Bishop (Tradução de Horácio Costa)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Ahh... A Natureza!!


Nossa... surreal essa espécie "perereca-de-vidro"! Pena que é considerada em vias de extinção.
Essa natureza faz cada coisa... fantástica!

domingo, 5 de julho de 2009

Tempo

não deixe o tempo passar em vão.

sábado, 4 de julho de 2009

ANGÚSTIA

Quantas vezes tento encontrar
uma resposta certa,
um caminho correto
de me relacionar.

Pessoas vem. pessoas vão.
Se me apego, me angustio.
Se não, repudio.
Sempre confusa na solidão.

Sentimento é perigoso,
coisa lá de baixo.
causa desgosto,
causa desgraça.

Há quem acredite no amor-perfeito.
Tentam até mesmo buscá-lo.
Eu apenas observo,
calada.

- Feita em Dezembro/2008

sexta-feira, 3 de julho de 2009

é...

"Respostas sem problema: Vestibular.
Problemas sem resposta: Universidade."

Não sei de quem é a frase... mas um professor citou há um tempo e eu gostei.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Artista chinesa recria obras famosas com legumes!

'A Liberdade Guiando o Povo', de Eugène Delacroix, tornou-se 'A Liberdade Guiando os Legumes' na recriação bem humorada da chinesa Ju Duoqi. (Fotos: Ju Duoqi)

O quadro 'A Lição de Anatomia do Dr. Tulp', de Rembrandt, virou uma aula do 'Dr. Repolho em Conserva'. (Esse tá maravilhoso! Vejo esse quadro toda segunda no anatômico do ccs)

'O Beijo', de Gustav Klimt, também recebeu o toque de Ju Duoqi, que usa legumes e verduras frescos e cozidos.

Andy Warhol, famoso por pintar uma lata de sopa, talvez nunca tenha imaginado ver sua Marilyn Monroe com cabelos de repolho.

'O Nascimento de Vênus', de Botticelli, foi uma das obras escolhidas pela artista em sua homenagem às mulheres que gostam do lar - (Demais!!)

Quem quiser ver algumas outras aqui está o site: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090527_galeria_vegetaisg.shtml

Bj!

Cecília 8 (Poema do Dia)

Canção

"Quero um dia para chorar.
Mas a vida vai tão depressa!
~ e é preciso deixar contida
a tristeza, para que a vida,
que acaba quando mal começa,
tenha tempo de se acabar.

Não quero amor, não quero amar.
Não quero nenhuma promessa
nem mesmo para ser cumprida.
Não quero a esperança partida,
nem nada de quanto regressa.
Quero um dia para chorar.

Quero um dia para chorar.
Dia de desprender-me dessa
aventura mal-entendida
sobre os espelhos sem saída
em que jaz minha face impressa.
Chorar sem protesto. Chorar."


Linda! Uma das favoritas fechando com chave de ouro a semana da Cecília, que foi um pouco prolongada... hehe.

domingo, 28 de junho de 2009

Gripe Suína Continua

"Nós estamos dizendo que houve pelo menos um milhão de casos do novo vírus H1N1 até agora neste ano nos Estados Unidos", disse Anne Schuchat, do CDC. "Os casos reportados são apenas a ponta do iceberg."

Caso seja correto, o número sugere que o índice de mortalidade pela doença é menor do que se pensava.

Schuchat alerta, no entanto, que a gripe suína pode ser mais contagiosa do que a gripe comum e que o vírus pode voltar com uma variante mais forte no outono do hemisfério norte.

De acordo com o CDC, há 27.717 casos prováveis ou confirmados, com três mil pessoas tendo sido hospitalizadas.

O vírus da gripe suína continua afetando principalmente pessoas com menos de 50 anos, e os pacientes com problemas como asma e diabetes são os mais vulneráveis à doença.

O ministério da Saúde da Argentina registrou 26 mortes atribuídas à gripe suína, e 1.587 casos da doença.

No Chile, foram registrados 6.211 casos, com 12 mortes.

Já na Austrália, o número de mortes pela gripe suína é de cinco, com 3.677 casos.

O vírus da gripe suína apareceu pela primeira vez em abril, no México, onde 116 pessoas morreram e 8.279 casos foram registrados.

No dia 11 de junho, a OMS declarou uma pandemia da doença.

Segundo a organização, já foram registrados quase 60 mil casos em 100 países, com 263 mortes.

fonte: site bbc

Cecília 7 (Poema do Dia)

Semana completamente atolada... penúltima da homenagem à Cecília...

Canção

"Ouvi cantar de tristeza,
porém não me comoveu.
Para o que todos deploram,
que coragem Deus me deu!

Ouvi cantar de alegria.
No meu caminho parei.
Meu coração fez-se noite.
Fechei os olhos. Chorei.

Dizem que cantam amores.
Não quero ouvir mais cantar.
Quero silêncios de estrelas,
voz sem promessas do mar."

domingo, 21 de junho de 2009

Cecília 6 (Poema do Dia)

Desapego

"A vida vai depressa e devagar
Mas a todo momento
penso que posso acabar

Porque o bem da vida seria ter
mesmo no sofrimento
gosto de prazer.

Já nem tenho vontade de falar
senão com árvores, vento,
estrelas, e águas do mar.

E isso pela certeza de saber
que nem ouvem meu lamento
nem me podem responder."

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Cecília 5 (Poema do Dia)

Desejo de Regresso

"Deixai-me nascer de novo,
nunca mais em terra estranha,
mas no meio do meu povo,
com meu céu, minha montanha,
meu mar e minha familia.

E que na minha memória
fique esta vida bem viva,
para contar minha história
de mendiga e de cativa
e meus suspiros de exílio.

Porque há doçura e beleza
na amargura atravessada,
e eu quero a memória acesa
depois da angústia apagada.
Com que afeição me remiro!

Marinheiro de regresso
com seu barco posto a fundo,
às vezes quase me esqueço
que foi verdade este mundo.
(Ou talvez fosse mentira...)"

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Criatividade!!

Alasca sedia concurso mundial de barba e bigode

Willi Chevalier foi o vencedor da categoria 'free style' no último concurso e chega ao Alasca novamente como favorito.






O alemão Elmar Weisser impressionou em 2007 com sua barba na forma da famosa ponte londrina de Tower Bridge.



imagina se isso aparece lá em casa?


fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/

Cecília 4 (Poema do Dia)

Mudo-me Breve

"Recobro espuma e nuvem
e areia frágil e definitiva.
Dispõem de mim o céu e a terra,
para que minha alma insolúvel
sozinha apenas viva.

Naquelas cores de miragem
d'água e do céu, mais me compreendo.
Anjo instrutor em silêncio me leva:
e elas me fazem
ver que sou e não sou, no que estou sendo.

Fico tão longe como a estrela.
Pergunto se este mundo existe,
e se, depois que se navega,
a algum lugar, enfim se chega...
~ O que será, talvez, mais triste.

Nem barca nem gaivota:
somente sobre-humanas companhias...
Em suas mãos me entrego,
invisíveis e sem resposta.
Calada vigiarei meus dias.

Quanto mais vigiados, mais curtos!
Com a mágoa que o horizonte avisto...
aproximado e sem recurso.
Que pena, a vida ser só isto!"


Lindo né? Agora folheando o livro é que lembrei pq coloquei o nome do blog assim... (e eu no primeiro post tentando fazer uma poesia própria pra justificar.... não chega aos pés....)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cecília 3 (Poema do Dia)

O tempo no jardim

"Nestes jardins ~ há vinte anos ~ andaram os nossos muitos passos,
e aqueles que então éramos se contemplaram nestes lagos.

Se algum de nós avistasse o que seríamos com o tempo,
todos nós choraríamos, de mútua pena e susto imenso.

E assim nos separamos, suspirando dias futuros,
e nenhum se atrevia a desvelar seus próprios mundos.

E agora que separados vivemos o que foi vivido,
com doce amor choramos quem fomos nesse tempo antigo."

terça-feira, 16 de junho de 2009

Exagero é eufemismo!

Mostra na França Revela Pompa de Trajes de Cortes Européias:


E na hora de fazer xixi?!?!

Fonte: http://www.bbc.co.uk

Cecília 2 (Poema do Dia)


Minha sombra


"Tranquila sombra
que me acompanhas,
em pedras rojas,
no ar te levantas,
acompanhando
meus movimentos,
pisada e escrava
por tanto tempo!

Vejo-te e choro
da companhia:
que nem sou tua
nem tu és minha.
E me pertences
e te pertenço,
mais do que à vida
e ao pensamento.

Sombra por sombra
toda abraçada,
levo-te como
anjo da guarda.
Tens tudo quanto
me quero e penso:
~ frágil, exata.
(Amor. Silêncio.)

Ao desperdir-me
do mundo humano
sei que te extingues
sem voz nem pranto,
no mesmo dia.
Preito como esse
tu, só, me rendes,
sombra que tinha!

Imensa pena,
que assim te deixe,
~ ó companheira, ~
sem companhia!..."

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Ah.... Cecília!!! (Poema do Dia)

Apesar da Cecília Meireles não ter nascido (nasceu no mesmo dia que meu pai! 07/11), nem morrido nesse mês, resolvi homenageá-la essa semana, pois muito me acompanhou em minha pré adolescência, e estou passando por uns dias nostálgicos. Assim, colocarei alguns poemas que me eram favoritos uns anos atrás e que estão até marcadinhos em meu livro "Mar Absoluto - Retrato Natural". (continuam sendo, claro, ao lado de outros).

A Alegria

"No fundo de um poço
deitei a Alegria,
dizendo-lhe: "Espera,
que volto algum dia,
com louros e rosas,
Amor e Poesia".

No fundo de um poço
por que a deitaria?
Por que desprezava
sua companhia?
Pensei que no mundo
tudo padecia.
Ai, como o pensava!
E não a queria.

No fundo de um poço
deitei a Alegria.
Chegaram os tristes
por quem eu sofria.
Consigo a levaram
~ e de longe o via!~
Nunca perguntaram
a quem pertencia.

Sofrer por sofrer,
somente eu sofria.
Os outros, ~ apenas
querendo alegria.

A beira do poço
voltarei um dia.
Pousarei meu rosto
na água negra e fria,
em ramos serenos
de Amor e Poesia.
Direi meu segredo
sem melancolia.
E na água profunda,
sem noite nem dia,
eu mesmo serei
minha companhia.

Eu quis outra coisa
que ninguém queria.
Nem tenho saudade
da antiga Alegria."

domingo, 14 de junho de 2009

Post Inútil

Ouço tanto essa música por aí... carnaval, festas, da boca que qualquer um (literalmente), que na minha cabeça já não a aguentava mais. Só há pouco tempo percebi que realmente tenho um carinho muito grande por ela... e hoje quase choro ao ouvi-la. (exagero? ok, ou pelo menos fico realmente muito feliz!)

"E a vida...
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão...

Mas e a vida...
Ela é maravida
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem diga
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der ou puder ou quiser...

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte...
Só saúde e sorte...

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita..."


É.... essa vida é muito doida!
Tava ouvindo ela agora, e não dá né, sempre volta aquela questão clichê e misteriosa de "o que é a vida?", e que inevitavelmente trás consigo a "o que é a morte?". Mas são tantas dúvidas e hipóteses, constantemente em mutação, que nem vale a pena filosofar por aqui.
Ou seja, esse post é realmente inútil. Só pra vocês (fantasmas, no momento!), se quiserem, pensarem pela 1ª ou pela 3.948.984.792ª vez na vida. Vai que tem alguém que nuca pensou?

- obs 1: (Se você é um destes, por favor não entre mais aqui.)

- obs 2: Eu penso em divulgar isso aqui um dia, portanto se você é um futuro navegador, não se assuste! Não falo com fantasmas... Eu pensava que você leria isto um dia!

acho que não penso mesmo não....

Já fazem quase 24 hrs que estou ouvindo incansávelmente a Bethânia cantar "Último Pau de Arara". Que coisa linda! Estava aqui pensando sobre essa energia que ela tem, e queria falar alguma coisa. Mas ao passar 20 minutos pensando no que escrever, percebi que simplesmente não tenho palavras....
.
.
.
.
.
.
..... é isso!

Poema do Dia

XXXIV

"Acho tão natural que não se pense
Que me ponho a rir às vezes, sozinho,
Não sei bem de quê, mas é de qualquer cousa
Que tem a ver com gente que pensa...

Que pensará o meu muro da minha sombra?
Pergunto-me às vezes isto até dar por mim
A perguntar-me cousas....
E então desagrado-me, e incomodo-me
Como se desse por mim com um pé dormente...

Que pensará isto de aquilo?
Nada pensa nada.
Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem?
Se ela a tiver, que a tenha...
Que me importa isso a mim?
Se eu pensasse nessas cousas,
Deixaria de ver as árvores e as plantas
E deixava de ver a Terra,
Para ver só meus pensamentos...
Entristecia e ficava às escuras.
E assim, sem pensar tenho a Terra e o Céu."

- PESSOA, Fernando


às vezes penso se realmente penso...... penso?

sábado, 13 de junho de 2009

Poema do Dia

O Poema

"Uma formiguinha atravessa, em diagonal, a página
ainda em branco. Mas ele, aquela noite, não escreveu
nada. Para quê? Se por ali já havia passado o frêmito
e o mistério da vida..."

- QUINTANA, Mário



hehe... demais! Rindo sozinha... (literalmente, neste ambiente desabitado.
Quem sabe um dia o deixará de ser?)

MUDO-ME BREVE

Mudo-me breve,
pois breve é a vida.
No som que nos percorre,
aproxima-se a despedida.
Silêncio
Não ouço mais nada.

Um funâmbulo inelutável instalou-se em meu peito.
Sou vazio nessa peripécia de mundo,
a quem todos chamam de leito.
Não tenho casa, não tenho nada.
.
.
.
Mudo-me breve.



- Feita hoje, às 20:32